quarta-feira, 16 de setembro de 2009

IEEE ComSoc Women In Communications Engineering (WICE)

O IEEE ComSoc Women in Engineering é um grupo da IEEE Communications Society (ComSoc) que tem o objetivo de promover mulheres engenheiras e cientistas. O grupo fornece um espaço para "networking" entre mulheres cientistas e profissionais na indústria que tenham como interesse comum o avanço das tecnologias de comunicação. Além disso, o WICE se propõe fornecer informações úteis sobre programas de crescimento profissional baseados na relação mentor-pupilo, bolsas de estudo, empregos e estágios bem como promover a troca de conhecimento e experiência entre as mulheres na engenharia. A "student chair" deste grupo é a brasileira Michele Nogueira, estudante de doutorado em Ciência da Computação na França.

Para participar do WICE basta fazer sua inscrição aqui. Você também pode participar da comunidade no Facebook.

sábado, 12 de setembro de 2009

Sobre a terceira edição do WIT no CSBC 2009 - Palestra da Google

No dia 20 de julho de 2009 aconteceu a terceira edição do evento Women in Information Technology (WIT) como parte integrande do XXIX Congresso da Sociedade Brasileira de Computação (CSBC). O evento foi coordenado pelas professoras Claudia Bauzer Medeiros (UNICAMP) e Karin Koogan Breitman (PUC-Rio). O evento contou com três palestras e um painel para discussão das questões de gênero na Tecnologia da Informação.
A primeira palestrista foi Yolanda Mangolini - Manager for Talent & Outreach Programs da Google. Yolanda dividiu sua palestra em quatro partes: 1) o que é diversidade, 2) porque o foco em diverside tem se tornado tão importante e tão desafiador, 3) diversidade como uma estratégia de negócio e 4) diversidade na Google. Abaixo estão alguns dos principais pontos apresentados para cada uma das quatro partes.
  1. Yolanda classifica a diversidade em 3 camadas que formam um círculo. Na camada 1 , a mais interna do círculo, está a diversidade com relação a etnia, raça e gênero. Na camada 2, a camada do meio, está a diversidade com relação a experiência de trabalho, localização geográfica, educação e renda. Na camada 3, a mais externa, está a diversidade relacionada a função da pessoa dentro do organização. Com isso ela mostra que não só as mulheres, mas todos fazem parte da diversidade.
  2. Na segunda parte da palestra, Yolanda focou no baixo número de mulheres na Computação e também em cargos de gerência. Segundo ela, nos EUA 56% dos formandos em cursos superiores são mulheres, sendo que na computação esse número cai para 20% e para 14% quando considera-se apenas as universidades mais importantes do país. Ainda conforme os números apresentados por ela, no Brasil, o número de formandas em Computação na década de 80 era de 45% e hoje em dia não passa de 10%. Outro dado interessante apresentado por Yolanda trata de um estudo que indica que se até os 12 anos de idade a criança não se interessa por ciência é muito provável que ela não se interesse mais tarde. Por isso da necessidade de se divulgar a ciência entre as crianças. Sobre o número de mulheres em cargos de gerência, Yolanda ressalta que embora as mulheres constituam metade da força de trabalho nos EUA, elas ocupam apenas entre 4% e 8% dos cargos de gerência. Dado esse cenário, Yolanda diz que a Google quer entender o motivo destes números e descobrir como aumentá-los. Segundo ela, nos EUA as mulheres controlam 83% das compras em geral e 66% das compras em tecnologia e, portanto, precisam estar envolvidas no desenvolvimento dos produtos.
  3. Quando fala da diversidade como estratégia de negócio, Yolanda cita como exemplo a IBM. Segundo ela, a IBM foi a primeira empresa a se preocupar com esse assunto. No início, essa preocupação incluia apenas os negros, mas atualmente já inclui todos os outros tipos de diversidade. Como resultado da política de diversidade, a IBM conseguiu aumentar seus lucros de 10 milhões para 300 milhões em 2001 e de 370 milhões para 1.5 bilhão em 2003. Segundo Yolanda, para a Google, diversidade é importante não apenas porque é a coisa certa a se fazer, mas também porque é bom para os negócios. Os clientes da Google estão espalhados por todo o mundo e, portanto, é importante que seus funcionários reflitam essa diversidade. Ela usou uma analogia interessante para descrever essa idéia: se você coloca um monte de quadrados azuis juntos, como resultado você tem um quadrado azul. Mas, se você mistura quadrados, triângulos, círculos, etc. de cores diferentes o resultado é uma figura muito mais interessante.
  4. Na última parte de sua palestra, Yolanda destacou os diversos programas desenvolvidos pela Google para aumentar a diversidade na empresa, entre eles: programas para atrair crianças para a computação, bolsas voltadas para mulheres participarem em eventos técnicos, redes de mentores e eventos para desenvolvimento profissional para os funcionários.
Nas próximas postagens discutirei as outras duas palestras e os assuntos discutidos no painel.